quinta-feira, 30 de junho de 2011

Meus tempos de Umes-Laje e a verdade sobre os fatos.

Como já relatei aqui anteriormente na postagem “A origem dos meus sonhos” depois de participar ativamente dos bons tempos de movimento estudantil na UESA “União dos Estudantes Secundaristas de Alagoas” voltei a morar em São Jose da Laje.

Voltei para minha terrinha em janeiro de 2002, e em meados de 2003 a UESA juntamente com a Umes-União fazia palestras na Laje com o intuito de realizar uma eleição para ser formada a entidade estudantil lajense, fui a uma dessas palestras, na verdade fui mais para rever velhos amigos, na época estudava no Benicio Barbosa e morava no povoado de Caruru, no fim da palestra recebi o convite de alguns estudantes da escola Carlos Lyra  para fazer parte de uma chapa e disputar a eleição estudantil, aceitei e ficou decidido que seria no voto direto o processo eleitoral, sem conhecer muita gente na cidade, encarei o desafio com a cara e a coragem, e tinha um grande adversário na disputa, Orlando que já era filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), tinha o apoio do prefeito na época e da cúpula do partido, composta por empresários e políticos, confesso que isso não animou minha chapa,por pouco não desistimos de disputar a eleição estudantil, porem não poderíamos voltar atrás. Comissão eleitoral formada, a campanha tomou seu inicio, de sala em sala passava o dia fazendo campanha e sempre que entrava em uma sala nova tinha que me apresentar, pois não era conhecido na cidade, mesmo morando a mais de um ano na Laje minha rotina era casa – colégio, o caminhão dos estudantes saia logo após o fim das aulas, não tinha muito tempo na cidade e oportunidade de fazer amigos, a campanha teve um final que nem eu mesmo imaginava, fui eleito presidente da Umes-Laje  com 1.632 votos, Orlando teve pouco mais de duzentos votos, no fim da apuração me reuni com Orlando e propus ao mesmo uma parceria que graças a Deus se mantém ate hoje. Em setembro de 2003 foi fundada a UMES - União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Jose da Laje esse dia levarei para sempre em minha memória.

Outro lado da moeda: 

Fazer movimento estudantil em uma cidade de interior é muito complicado, a desconfiança de alguns, a falta de informação de outros e a perseguição de muitos fizeram do meu mandato como presidente dos estudantes lajenses  uma batalha diária, com o apoio do saudoso Dr. Neto que era vereador na época conseguimos uma sede bem localizada na praça Claricio Valença ponto de encontro dos estudantes lajenses, o amigo Dr.Neto patrocinava o aluguel da sala que tínhamos como sede, passamos momentos difíceis, principalmente eu, pois morava na zona rural e tinha uma rotina desgastante, pegava o carro de cinco horas da manha para chegar cedo nas escolas e cumprir os compromissos da Umes, meu almoço era a merenda, no segundo horário ia estudar e a noite visitava as escolas, pegava o carro de volta para casa as 22hs, quando chegava em casa era mais de meia noite,  de inverno a verão essa foi minha rotina, com o tempo e com trabalho a entidade foi ganhando o apoio e a confiança dos estudantes e professores, lembro-me que antes de conseguirmos uma sede perdi o carro dos estudantes para voltar para casa, fiquei perambulando pela Laje boa parte da noite, com vergonha não procurei nenhum dos membros da entidade, com o sono me vencendo procurei um lugar seguro para dormir um pouco e achei em uma construção próxima a igreja matriz, ali no meio a muita sujeira dormi sentado o resto da noite pois as sete horas da manha precisaria está nas escolas, foram tempos difíceis, o que mais me doía no inicio era ver algumas pessoas me julgando sem nem me conhecer, passava por aquilo tudo por que sempre acreditei nos meus ideais e que os estudantes mereciam ter voz e vez no município, ao mesmo tempo que a Umes- Laje vinha ganhando força a UESA se afogava em crises na briga pelo poder, com intervenções atrás de intervenções isso atrapalhou muito o movimento estudantil lajense, nos seguramos graças a parceria que tínhamos com a Umes- União na época presidida pelo amigo Francelino Amaro.

Dia 26 de novembro de 2004, o dia polêmico;

Logo depois das eleições municipais o prefeito atual parou de fazer os pagamentos dos motoristas dos caminhões que faziam o translado dos estudantes da zona rural ate a cidade, com isso o mesmos pararam suas atividades, centenas de estudantes estavam sem irem as aulas por falta de transporte, nesse período fiquei instalado na casa de minha vó paterna pois a mesma se encontrava residindo em São Jose da Laje, nem todo estudante tinha essa sorte, alguns andavam mais de dez quilômetros de suas casas na zona rural ate suas escolas na cidade, estudantes botando sua vida em risco na beira da BR, outros pagavam transporte particular tirando do sustento da casa conseguido na maioria das vezes no trabalho braçal nas lavouras para custear o direito de ir a escola, não poderia ficar calado, tinha o dever de defender os estudantes, fui na imprensa e no ministério publico, procuramos o prefeito e o que escutamos dele foi lamentável “perdi a eleição não tenho mais compromisso algum.” Aquilo foi o estopim, no local desse encontro se encontrava um vereador da situação na época e o chefe dos transportes da secretaria de educação, como resposta afirmei que iria a radio da região falar sobre a decisão do prefeito, no dia da entrevista que daria por telefone ao jornalista Ivan Nunes que comandava um programa na radio Ag Fm, fui procurado por uma pessoa do alto escalão da prefeitura, com a desculpa que ele queria uma reunião e queria se encontrar comigo antes da entrevista que foi anunciada por toda manha,nos encontramos  na sede da entidade, muito calmo e astuto o menino de recados do prefeito colocou um pacote na minha mesa, com R$ 5 mil reais em espécie e falou, “aceite a chupetinha que o prefeito quer te dá, esqueça essa entrevista, deixe isso para lá, garanta o seu” na hora mandei o cidadão se levantar e se retirar da minha sala, minha dignidade não estava a venda, e pedi para ele ouvir de casa ou da prefeitura a entrevista. Na entrevista falei da tentativa de suborno e do sofrimento dos estudantes, no dia seguinte centenas de estudantes foram as ruas apoiados pela sociedade para pedir que seus direitos sejam atendidos, com uma faixa na frente do manifesto com a frase: ( QUEREMOS TRANSPORTE) caminhamos pelas ruas da Laje.

Mitos e Verdade.

É verdade que esse dia entrou para historia da Laje, pela primeira vez o povo estava nas ruas, funcionários com salários atrasados se juntaram aos estudantes, quando chegamos na frente da prefeitura, fomos recebidos de forma não amigável, ate hoje existe uma historia absurda que os estudantes quebraram toda a prefeitura e sua porta de vidro, porta essa que ate hoje se encontra inteira na entrada do prédio do executivo, esses boatos partiram para tentar botar a sociedade contra os estudantes e a minha pessoa, algumas pessoas doentes pelo fanatismo ate hoje pensam que esses boatos são verídicos, na hora que o clima tava quente um amigo chegou de moto e mandou eu subir na garupa pois a policia estava indo me prender, como não tínhamos feito nada de errado e também não poderia deixar os estudantes ali, eu recusei e fiquei com os estudantes, minutos depois a viatura da policia militar vêm ate a mim e um policial fala que estou sendo detido  e que seria encaminhado a delegacia para ser ouvido pelo delegado, algumas horas depois prestado meu depoimento fui liberado e recebido por centenas de estudantes que não saiam da frente da delegacia, dois dias depois o prefeito pagou os motoristas e os estudantes tiveram o transporte de volta, missão cumprida, sabia que aquilo seria uma faca de dois gumes para mim, que muitos mitos iriam surgi, porem eu não poderia ter feito diferente, respondi por alguns processos, pois é o prefeito teve o descaramento de me processar, fui absolvido em todos, pois a justiça provou que as acusações não passavam de mitos, com isso o ministério publico pediu o arquivamento dos mesmos e perguntou se eu queria processar o prefeito por calunia, achei melhor não e tocar o barco da entidade.

Fim do mandato.

Com a UESA sofrendo intervenção a mesma parou suas atividades na época e meu mandato estava chegando ao fim e isso impossibilitava a organização de novas eleições estudantis, pois como rege o estatuto da Umes-Laje a eleição estudantil deve ser coordenada pela UESA, a crise interna da entidade não permitiu isso, mesmo depois de muita tentativa a mesma não deu o aval para novas eleições na Laje, com isso terminei meu mandato meio frustrado, fui ate a sede da UESA e levei uma carta com o pedido de que a entidade desse continuidade ao movimento estudantil lajense, de mãos atadas eu não poderia fazer nada.
Foram tempos difíceis, tempos de luta e sacrifícios, mas não me arrependo e faria tudo novamente, me sinto honrado em ter feito parte da historia do movimento estudantil de São Jose da Laje junto com os amigos de entidade, Gustavo Julio,Rodrigo Paz,Adebsom,Italo,Rodolfo,Jair,Paulo Cesar,Thadeu Andrade,Cledir entre outros, a todos vocês obrigado por sempre terem estado do meu lado em todos os momentos.
Hoje levo comigo as boas lembranças e o sentimento do dever cumprido e no coração sempre serei um militante estudantil, viva a Umes-Laje, viva aos movimentos sociais, viva a democracia!




quarta-feira, 22 de junho de 2011

DESABRIGADOS: Realidade nua e crua!

                              Os filhos do abandono!
                             Isso mesmo, isso é um banheiro, absurdo!
                         Criança faz as necessidade no esgoto a céu aberto.
    Castelo de areia: Obras superfaturadas, isso era para ser uma lavanderia.
Desabrigados improvisam sombras para fugir do calor que chega a mais de 50°.



O tempo passa rápido para quem não conta, mas será que um ano passa rápido para quem perdeu sua casa e conta os dias para ganhar uma casa nova? Me refiro aos desabrigados das enchentes do ano passado, um ano depois e milhares de famílias alagoanas ainda vivem nos abrigos provisórios, provisórios? Um ano é tempo de mais para viver em barracas ou melhor para sobreviver em barraca, pois como dizem nem todo casulo é casa. Tive a oportunidade de visitar alguns abrigos com um grupo de blogueiros a convite do deputado JHC, confesso foi uma das mais incríveis experiências de minha vida, porem não foi a mais feliz, testemunhei de perto o sofrimento das famílias, o descaso e abandono do poder público, e como o governo mente, mentem descaradamente.
Famílias estão fazendo as necessidades básicas em banheiros imundos, se eu posso chamar aquilo de banheiros, o calor dentro das barracas passam dos 50°, estão ferindo princípios básicos da constituição como o princípio da dignidade da pessoa humana, seres humanos, nossos semelhantes estão sendo tratados como coisas,é gritante o número de crianças nos abrigos os filhos do abandono, que futuro terão essas crianças me perguntei ao ver alguns garotos brincando de barro, para mim eles são pessoas que merecem dignidade, para o sistema eles são estatísticas isso é lamentável.
A emoção se confundia em alguns momentos com a indignação não é fácil testemunhar tanto abandono, onde está o poder público, onde está os políticos que sempre falavam dessas famílias, nossa como poderia esquecer, a eleição passou eles sumiram, talvez ano que vem eles possam voltar e melar os pés de lama e conhecer a realidade nua e crua dessas famílias.
O que fizeram com os milhões de reais destinados para os desabrigados? Compraram carros de luxo, coberturas na orla, mansões nos condomínios de luxo que abarrotam nosso litoral? Pois nos abrigos eles não foram gastos, desde quando se constrói tanques de lavar roupas com folhas de compensados e cerâmica? Desde quando a estrutura do telhado de um barracão é feita com madeirite? E o governo ainda fala em seriedade nos gastos das obras, o que essas famílias podem esperar dos políticos? Se em União dos Palmares tem ex governador, pai de deputado estadual invadindo terreno alheio onde antes eram as casas atingidas, seria eles a única esperança dessas famílias? 

Um ano depois e nada foi feito a quem cobrar, a quem reivindicar? Essas famílias não podem cair no esquecimento cabe a nós sociedade consciente e instruída cobrar e ser a voz de milhares de pessoas que hoje vivem em condições precárias por conta da inércia e ganância dos nossos governantes, essa não é a Alagoas que merecemos, essa não é a Alagoas de faz de contas que passa na televisão, que nossos políticos saiam dos discursos demagogos de campanha e passem a ter atitudes pois aquelas famílias pedem SOCORRO!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Estudantes levantem suas bandeiras,

Quais são as conseqüências de um governo que vira as costas para os estudantes? GRAVES, não existe outra palavra.
Não é de hoje que os estudantes de São Jose da Laje são usados como massa de manobra política, um gesto mesquinho e baixo, característica marcante da politicagem lajense. Em 2004 a gestão da época que era comandada pelo atual prefeito tirou o transporte dos estudantes da zona rural, os estudantes unidos através da União Municipal  dos Estudantes conseguiram com muita luta o direito do transporte. Mais uma vez os estudantes lajenses sofrem esse abandono público andando em sucatas, ônibus sem conforto ou segurança alguma para o translado dos estudantes, sem contar os caminhões paus de arara que deslocam os estudantes para zona rural. Porem esses não são os únicos problemas, o transporte estudantil é um direito  fundamental para os estudantes que estudam longe de sua cidade, se São Jose da Laje não oferece o curso é necessário que o poder público ofereça meios para que os estudantes possam ir ate a instituição de ensino, porem esses meios não podem ser cobrados, já pagamos nossos impostos essa taxa é abusiva e imoral,não podemos admitir que estudantes sejam perseguidos e humilhados pelo poder público, não podemos admitir esse absurdo os estudantes merecem respeito TRANSPORTE GRATUITO E DE QUALIDADE JÁ, estão ferindo o principio da dignidade humana, verdadeiras carroças ambulantes estão sendo usadas para transportar os futuros profissionais de São Jose da Laje, futuros médicos, agrônomos, advogados, biólogos entre outros. Como se não bastasse nossa cidade perder o pólo da Ufal agora somos perseguidos no transporte dos estudantes. Não podemos ser massa de manobra da politicagem, estudantes não podem ser perseguidos pelo simples fato de terem uma direção política diferente, GOVERNO QUE PERSEGUE E VIRA AS COSTAS PARAS OS ESTUDANTES É UM GOVERNO MESQUINHO E SEM ESCRUPULOS MORAL. O mais revoltante  nisso tudo é ver a inércia dos fiscais do povo (Vereadores), cabe a eles fiscalizar e lutar pelo direito da sociedade pena que na Laje são poucos e muito poucos que fazem uso verdadeiro da atribuição de um vereador, APRESENTEM E APROVEM A LEI JÁ, em outros municípios de Alagoas a mesma lei foi aprovada e os estudantes universitários obtiveram seus direitos, direito a um transporte digno e seguro, não falo como autor da lei, falo como estudante, como lajense, falo como cidadão doa a quem doer, não compro  a briga dos estudantes pois ela à anos sempre me pertenceu.
Estudantes não nos calaremos, não podemos e não vamos cruzar nossos braços, unidos vamos reverter essa situação essa não é uma questão política, ao contrario é uma questão moral e social estamos lutando por nossos direitos, LEVANTEM SUAS BANDEIRAS, somos a semente do hoje e o fruto do amanhã. Ninguém é forte Sozinho!

#LutaLaje